quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dúvida

No começo você era só aquele rosto lindo passando na entre muitos outros rostos que, perto do seu, perdiam o destaque, aquele sorriso enorme, encantador, aberto que grudou na minha memória e que surgia sem esforço.

Apesar das brincadeiras, dizendo que voltaria pra te encontrar, descobrir o nome por trás daqueles olhos azuis, nunca achei que isso fosse realmente possível, parecia mais um desejo adolescente, apesar de adulta, e se um dia pudesse mesmo te achar, não iria mesmo muito além do seu nome.

Mas eu não descobri somente seu nome! Descobri do que você gosta e que se parece muito com o que eu gosto, o som da sua voz e que você é do tipo que fala pouco, que, além de lindo, seu sorriso é constante, que seus olhos azuis pararam nos meus, negros. Descobri o gosto do seu beijo, o calor da sua pele e o cheiro dela... Fui tão além do que eu imaginei um dia chegar, só não consigo descobrir se me ama assim como eu te amo...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Impulso


Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero
Não espero que você
Minta!
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo...

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos...

Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos...

Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo...

Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação...

Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga:
-Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la!
Até mais!...

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Nunca deixam suspeitos...

Pra Ser Sincero
Engenheiros do Hawaii





Porque, certas vezes, fazemos coisas por impulso e, quando a raiva passa, olhamos nossas atitudes com clareza e vemos o quão desnecessárias foram. A conseqüência disso é o arrependimento... E ele não mata, mas incomoda como se fosse fazê-lo.

Nos damos conta disso quando realmente entendemos nossos sentimentos ou quando algo que sentíamos simplesmente acaba – porque tinha mesmo que acabar – e tudo que aconteceu faz sentido e o que perde o sentindo, então, é a nossa impulsividade.

Não houve promessas, não deveria haver cobranças. Não precisariam as mentiras, mas, muito menos, as revoltas... É tão difícil pedir desculpa...

domingo, 27 de março de 2011

Destinatário: ...

As pessoas podem ou não fazer diferença em nossas vidas, é normal, não há nada de errado nisso, nem todos passam por nós pra deixar um pouco de si, mas sabe o que é muito triste? Você ter feito aquele “algo especial”, que tinha tudo pra ficar guardado pra sempre, independente do caminho que tomássemos no futuro, se tornar só mais uma banalidade e feito a opção de ser só mais um que em breve, quando eu olhar seu nome na minha lista de contatos, eu vou pensar, “mas quem é essa pessoa mesmo?”.

Eu não falo pelo fim rápido a que chegamos, não, acho até que seria inevitável o fim, cedo ou tarde, mas pensando na forma como começamos, na intensidade em que se deu, na química quase incontrolável – que você mesmo havia declarado – lembrando de todas as coisas ditas, pela internet e pessoalmente, eu me pergunto por que chegamos a esse fim estúpido, avesso à tudo de legal que aconteceu, esse fim indiferente e infantil?

Algo que em um dia está sendo especial pra ambos pode mesmo acabar, sem qualquer explicação, no dia seguinte? Será mesmo que todo aquele esforço em explicar o porquê de não ter me dado mais atenção na hora da despedida, no intento de não me ver chateada, porque a minha chateação te deixava ainda mais triste, foi uma atitude superficial, sem verdade alguma? Me custa acreditar que não tenha sido de coração, afinal eu tinha conhecido você bem naqueles últimos dias que passamos juntos, em todas as horas em que conversamos no carro, você mesmo me disse que eu havia te conhecido de verdade. Você me disse, inclusive, que quando chegasse o fim me diria, que era assim que você age, sendo verdadeiro e falando o que precisa ser dito.

Não estou lamentando o final, não estou, sequer, escrevendo numa tentativa desesperada de te ter de volta, não é nem a minha intenção, mas eu não esperava tamanha indiferença e pouco caso da sua parte em simplesmente ignorar tudo que aconteceu, ainda mais pela forma como aconteceu, e “sumir” sem ao menos dizer um “foi bom, valeu, acabou!”


domingo, 13 de março de 2011

E agora?!

Eu, que vinha implorando por mudanças, estou aqui sentada nessa montanha-russa que, depois de uma longa, cansativa e entediante reta, engrenou numa subida incrível, seguida por espiral longo e apertada e eu estou indo numa velocidade que, ao mesmo tempo em que me permite ver tudo a minha volta, embrulha meu estomago de um jeito que eu não sei se vou agüentar chegar ao final da volta.
Não são exatamente os loopings que me deixam enjoada, ou mesmo me fazem pensar em parar, o que eu simplesmente não suporto e não saber onde isso vai dar, afinal ninguém gosta de viver as voltas, hora com as coisas no lugar, hora com tudo de pernas por ar. Qualquer pessoa minimamente normal gosta de pisar no chão firme, por que raios eu não iria querer o mesmo? Nem sou tão perturbada assim...
Ai como eu queria falar disso tudo de forma mais clara... Mas não posso, não dá e não é por nada que me impeça, simplesmente não há um jeito de fazer isso...

Borboletas não são comestíveis... 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fluir

De repente esteja mesmo tudo parado. Acho que eu estou num estágio cômodo e confortável demais pra querer sair, mas será que confortável é bom?

Quando eu entrei nessa montanha-russa ela era feita só de loopings, depois ela começou uma subida incrivél e de lá eu via maravilhas acontecendo, que enchiam minha cabeça, saiam pela minha boca e brilhavam aos meus olhos. E essa subida foi ficando plana e as maravilhas que eu via assentaram no horizonte, balançando ao vento e isso tudo me deixava feliz. Só que a planície foi ficando maior e maior e o horizonte começou a se repetir e agora, mesmo lindo e brilhante, está me deixando enjoada e eu quero vomitar, mas não sai nada e eu não vejo nenhum looping, nenhuma subida e nenhuma descida, isso só continua adiante, brilhante igual.

E eu estou me perguntando se eu devo pedir pra parar, ou pra seguir em frente, ou implorar por uma nova manobra...

O cômodo me tira a ansiedade, mesmo eu querendo saber o que vem em seguida... Paradoxal, eu sei, e isso é que realmente me irrita.